Quase em segredo absoluto, no verão passado foi instalada frente à praia da Aguçadoura (Póvoa do Varzim) a primeira central maremotriz do Mundo.
Desenvolvida pela empresa escocesa Ocean Power Delivery do engenheiro David Lindley foi construída com apoio da Efacec que forneceu os respectivos transformadores e geradores de electricidade.
Essencialmente tratam-se de grandes tubos semi-flutuantes de 30 metros, ligados entre si por uma articulação móvel e colocados em série na transversal das ondas. Estas fazem mover um tubo de cada vez que impele um fluido hidráulico numa movimentação energética suficiente para accionar geradores hidráulicos de electricidade do tipo Stingray. Trata-se pois de um óleo a alta pressão que acciona motores hidráulicos, os quais fornecem a energia mecânica a geradores eléctricos.
Cada umas “serpentes” articuladas é constituída por cinco tubos que perfazem um comprimento de 150 metros e produzem 750 kW. 110 cilindros dariam para alimentar de electricidade 15 mil lares médios.
A empresa escocesa inaugurou o seu sistema em Portugal porque a EDP e o Estado compram a electricidade marítima a 23,5 cêntimos por kWh, mas calcula que a Europa, e principalmente as ilhas britânicas, podiam produzir a partir do mar uns 300 Gigawatts, ou seja, tanto como a produção de 250 e 300 centrais nucleares.
O evento passou despercebido em Portugal. Ninguém tomou conhecimento da instalação em Portugal de tão revolucionária técnica e do facto de a mesma ter sido construída com a participação de empresas portuguesas, nomeadamente a EFACEC que forneceu os transformadores e mais tecnologia de produção de electricidade.
Não houve notícia do evento. Em primeiro lugar, porque os movimentos ecologistas não protestaram, mas também não vieram a público aplaudir e a instalação se processou sem acidentes. Em segundo lugar, também não houve protestos da parte dos pescadores, já que os cilindros estão instalados quase na rebentação das ondas, portanto, onde não se pesca. Em terceiro lugar, os surfistas que poderiam protestar não o fizeram, talvez por não terem associações para o efeito. Sem protestos não há notícia em Portugal; os jornalistas acham que a sua missão é apenas denegrir o País e revelar acidentes ou protestos.
Enfim, o facto de haver blocos noticiosos das rádios alemãs que são publicados na Net e vários sites internacionais que discutem a problemática da energia no Mundo. Aí, a instalação da Aguçadoura foi bem referida.
. Folheto - Póvoa de Varzim...
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